(...) Pela rua abaixo só o vento falava. Rouco de tanto bradar, monocórdico, persistente, era ele que tinha expressão e intimidade de ambos: um, o pequeno, nervoso, inquieto, a braços com pressentimentos confusos, que se recusavam a sair-lhe do pensamento; o outro, o velho, a aceitar aquele destino de abreviar a morte como um rio aceita o seu movimento.
Miguel Torga - Novos Contos da Montanha
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